Na data de hoje, no ano de 1880, nascia Jerônyma Mesquita, na cidade de Leopoldina, em Minas Gerais. Trabalhava como enfermeira e foi uma das líderes do movimento feminista no país, quando colaborou para a criação do Conselho Nacional da Mulher. Em homenagem ao seu nascimento, foi instituído que em todo 30 de Abril deve ser comemorado o Dia Nacional da Mulher, no Brasil.
Para celebrar a data e refletir sobre a participação feminina na liderança das empresas, a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz – ACII, entrevistou Gleyciellen Marques, gerente de agência do Banco do Nordeste e vice-presidente do Conselho da Mulher Empresária – CME, e Amanda Araújo Cerqueira, administradora e diretora de Comunicação do Conselho de Jovens Empresários – Conjove.
Confira a entrevista:
ACII – Por que é relevante discutir a participação feminina no meio do empresariado?
Gleyciellen Marques: Enquanto a voz de uma mulher for silenciada no ambiente corporativo pelo simples fato dela ser mulher, esse assunto merece ser debatido. Ao longo do tempo, presenciamos muitos avanços no sentido da participação ativa das mulheres no meio empresarial, no entanto, a cultura do machismo é ainda uma realidade e precisa ser combatida.
Amanda Araújo Cerqueira: Porque através de todo o movimento desenvolvido ao longo dos anos sobre o empoderamento feminino, as mulheres vêm conquistando cada vez mais seu espaço no mercado. Muito já foi alcançado, ainda existe diferenças salariais sim, mas creio que nunca tivemos em situação mais enaltecedora do que a atual. As mulheres ocupam postos em tribunais superiores, nos ministérios, na diretoria de grandes empresas, em organizações de pesquisa e tecnologia de ponta. Esse movimento e o discurso a favor da representatividade feminina, não pode parar, ainda temos muito o que conquistar.
ACII: E por que a gestão feminina é tão importante?
Gleyciellen Marques: Por que a representatividade é muito importante! Quanto mais mulheres ocuparem espaços de liderança, haverá mais oportunidade de inclusão de novas mulheres, mais respeito aos direitos das profissionais (igualdade salarial, combate ao preconceito, respeito à estabilidade durante a gravidez e pós parto, ao direito à amamentação, dentre outros); além do reconhecimento de que a mulher exerce um papel de liderança de muita qualidade técnica, com um toque de sensibilidade, que humaniza os ambientes corporativos. Desde o início dessa pandemia, atravessamos um momento em que empatia e sensibilidade se tornaram ainda mais imprescindíveis, e nesse sentido a liderança feminina se tornou um diferencial, tanto no meio corporativo quanto político.
Amanda Araújo Cerqueira: A representatividade feminina nas empresas inspiram e motivam outras mulheres a seguirem em frente, a acreditarem em si mesmas e a investirem cada vez mais na sua carreira e ocuparem cargos de liderança. Além disso, nós contribuímos com melhores resultados, pois temos algumas habilidades como versatilidade, empatia e sensibilidade mais expressivas do que nos homens.
ACII – Como então ter mais mulheres líderes nas empresas?
Gleyciellen Marques: As empresas precisam proporcionar um ambiente em que haja oportunidade a todos os profissionais que desejam buscar posições de liderança. As mulheres precisam se sentir capazes de gerenciar sua carreira, cientes que podem e devem ocupar esses espaços. No cotidiano sabemos que há muitos obstáculos e um dos principais é a conciliação de interesses pessoais e profissionais e é nesse contexto que toda a sociedade é responsável por promover a ascensão feminina aos cargos de liderança, estimulando, por exemplo, a implantação de creches (especialmente nas grandes empresas), com participação mais ativa de todos os membros da família na vida familiar e doméstica, combate a toda e qualquer forma de preconceito, e promover ações afirmativas de inclusão.
Amanda Araújo Cerqueira: Através de mudança da cultura organizacional nas empresas, com políticas internas de valorização do talento feminino, igualdade de gênero, integração de mães no ambiente de trabalho.
ACII – O que as mulheres podem fazer pra ter seus talentos reconhecidos nas empresas?
Gleyciellen Marques: A mulher precisa se tornar protagonista de sua vida, buscar ferramentas de qualificação profissional e construção de carreira; engajar-se com outras mulheres, seja informalmente ou através de entidades de classe, empresariais, ou outros grupos que evidenciem a relevância feminina no cenário corporativo e principalmente combater preconceitos de forma firme, demonstrando sua capacidade técnica, e que não há diferenciação cognitiva ou de qualquer ordem em relação a outros profissionais por questões de gênero.
Amanda Araújo Cerqueira: Se posicionar no mercado e investir cada vez mais em qualificação e autoconhecimento.
ACII – Neste dia nacional das mulheres, o que as empreendedoras podem comemorar?
Amanda Araújo Cerqueira: Devemos comemorar as conquistas adquiridas ao longo dos anos, a força do empoderamento feminino, que vem crescendo a cada dia, inspirando mulheres a investirem em suas carreiras, melhorando sua autoestima e mostrando o tamanho da nossa força e do nosso potencial.
ACII – Como as mulheres interessadas podem participar das pautas discutidas pelo CME?
Gleyciellen Marques: O CME e a ACII são espaços democráticos e voltados a promover ações de inclusão, capacitação, relacionamento e fortalecimento do papel e participação femininos no meio empresarial de Imperatriz. Todas as empreendedoras, nos diversos ramos de atividade e de todos os portes, podem participar das ações promovidas pelo Conselho, que nesse contexto de distanciamento social tem ocorrido principalmente de forma on-line. Para participar das ações [as pessoas interessadas devem] acompanhar nossas redes sociais. Já para participar do Conselho, deve ser um associado ACII. Além de estar participando de uma das entidades representativas mais importantes do país, há ainda um leque muito vasto de vantagens e benefícios! Venha conhecer!