No Dia Nacional da Indústria, o gestor Marcos Carvalho, da Pedra Argamassa, desabafa suas vitórias e desejos para a categoria local.
Hoje é celebrado o Dia Nacional da Indústria, data que homenageia o setor da economia que mais vem crescendo no país, mesmo com a pandemia. Segundo dados dos Indicadores Industriais realizado pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, a atividade cresceu 2,2%, número que indica uma recuperação de mais da metade do recuo verificado em fevereiro, quando o faturamento caiu 3,6%. Os resultados das operações de março revelam também um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Tal crescimento tem base na implementação da indústria 4.0 no país, modelo de produção baseado no conceito da Internet das Coisas, que usa tecnologias como Big Data e Inteligência Artificial. Toda essa estrutura tecnológica potencializa a produção das manufaturas e cria uma realidade operacional jamais vista antes na história.
A ACII convidou o associado e gerente de vendas Marcos Carvalho, da Pedra Argamassa, empresa que produz argamassa e rejuntamentos em Imperatriz, para uma conversa sobre esse novo modelo industrial. O gestor nos conta que sua carreira no setor iniciou com seu pai, Erivaldo Carvalho, que foi representante comercial no ramo da construção civil e enxergou na época a oportunidade de abrir uma indústria de argamassas na cidade, já que a unidade mais próxima que atendia nossa região ficava em Recife-PE.
Durante o papo o gerente contou ainda as implicações da Indústria 4.0 na economia local e como a cidade deve se preparar para um mercado de trabalho que exige habilidades específicas.
Confira:
ACII – Como foi trabalhar com o setor industrial no período mais forte da pandemia?
Marcos Carvalho – Nossa maior dificuldade foi no primeiro mês, dado o fechamento do comércio para a contenção de casos. Nos meses subsequentes fomos bastante atingidos com a falta de insumos e aumento no preço. O mercado como um todo sofreu com esse desabastecimento, porque as importadoras estavam travadas naquele período, o que dificultou nossa produção.
ACII – Segundo o IBGE, a produção industrial no final de 2020 chegou a um aumento de 41,8%, muito à frente dos setores do comércio e serviço. O que explica esse aumento?
Marcos Carvalho – Eu vejo como uma resposta aos meses iniciais da pandemia. As paradas que aconteceram nas indústrias do mundo todo fizeram com que houvesse uma corrida pra resgatar esse tempo e demandas que não foram atendidas. É inegável também que o incentivo direto do governo por meio do auxílio emergencial trouxe um aquecimento no mercado, afinal foram 150bi entregues a população brasileira e esse foi um forte fator no aquecimento da indústria.
ACII – De que forma o crescimento da indústria durante esses últimos seis meses foi notado em Imperatriz?
Marcos Carvalho – No setor da construção civil o crescimento nas vendas foi notório para todos e, no nosso caso, mais especificadamente na nossa indústria, o faturamento cresceu entre 30% e 40% a partir do segundo semestre de 2020, em relação ao mesmo período dos anos passados.
ACII – A inauguração do Condomínio Industrial fez diferença aqui na cidade?
Marcos Carvalho – Sim, apesar de nossa indústria não estar localizada no condomínio industrial, acredito que a iniciativa é válida. Organização e planejamento são sempre bem-vindos e podem atrair novos investidores, nesse caso a cidade como um todo acaba ganhando.
ACII – Como a indústria contribui com a geração de empregos?
Marcos Carvalho – De todas as formas. Mesmo com o advento da mecanização e tecnologia cada vez mais próxima, a colaboração humana é sempre necessária. Uma empresa se faz de pessoas. Com isso os empregos são gerados de forma direta e indireta, seja quando empregamos nossos colaboradores ou quando compramos insumos de outras industrias e alimentamos a cadeia produtiva.
ACII – Quando se fala em indústria 4.0, como trabalhadores locais devem se preparar para essas novas ofertas de emprego?
Marcos Carvalho – Com planejamento e visão. Os trabalhadores que querem ocupar as novas vagas ofertadas por esse mercado tecnológico precisam de capacitação. É a nova cara da indústria e é o que podemos esperar da indústria no futuro. Como foi mencionado anteriormente, a colaboração humana é sempre necessária, mas, mais ainda a colaboração estratégica e técnica. Então, acredito que a melhor forma de se preparar é com estudo, qualificação e olho no futuro.
ACII – Como empreendedor da indústria, qual seria seu maior desejo para o setor?
Marcos Carvalho – O desejo é não só para o setor de indústria, mas para todos os outros: crescimento e incentivo. Nosso trabalho gera retorno positivo a sociedade com a geração de empregos (diretos e indiretos), consumo, distribuição de renda, pagamentos de impostos, mas quando precisamos fazer investimentos maiores como comprar um caminhão novo, crescer o maquinário ou mesmo pagar nossos impostos, sofremos com a burocracia já conhecida. Programas de incentivo à pequenas indústrias e comércios cairiam muito bem!