Reajuste no cardápio é inevitável, mas gestores afirmam que, por enquanto, o consumidor ainda não sentiu tanto esse aumento em seus estabelecimentos
Desde o ano passado, o brasileiro tem sentido o ‘sabor amargo’ do preço da carne de gado e os números apresentados ainda não são nada saborosos. Nos últimos 12 meses, tal proteína acumula alta de 35,68%, segundo dados divulgados essa semana pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15).
Se no prato do consumidor final a carne ficou mais pesada, esse aumento também impacta nos negócios, por exemplo nos restaurantes. Alguns estabelecimentos de Imperatriz têm desenvolvido estratégias para lidar com o aumento do insumo e não alterar os preços repassados ao consumidor no cardápio.
Segundo o gerente geral do Cabana do Sol, James Barbosa, a tática encontrada foi reformular a logística de compra, fazendo um paralelo com o processo de venda: “Compramos de acordo com o que vendemos”, explica. Mas não é só isso. Ainda, conforme o gestor, para evitar que o consumidor sinta o aumento, foi necessário intervir em outros aspectos internos da empresa.
“Sim houve mudança [no cardápio], porém não tão brusca, pois não podemos passar tudo ao cliente. As pessoas têm sido conscientes que o insumo aumentou, mas buscamos criar soluções internas para que não repassássemos tudo, porque poderia haver uma diminuição nas vendas”, explica James.
Já Valquíria Oliveira, gestora do Ritz Restaurante, conta que houve sim um pequeno reajuste no cardápio, mas que o consumo não caiu e a demanda continua a mesma.
“Houve um pequeno reajuste no cardápio, mas a gente não repassou todo o aumento que houve na carne para o cliente. [Esse aumento] afetou o restaurante no sentido de diminuir a rentabilidade, mas ainda estamos em processo de análise para um novo reajuste devido ao que vai acontecer nesse segundo semestre”, diz.
“Não houve reclamações e nem questionamento em relação ao cardápio, até porque nosso cardápio não aumentou seguindo as outras coisas de mercado, a gente não repassou tanto ainda. É algo que está sendo esperado por todos, não será assustador pra ninguém”, reforça a gestora do Ritz.